11/08/2008

3º dia no deserto: Salar de Uyuni 04/02



Depois de uma boa noite de sono, finalmente subimos no jipe para nosso último dia no deserto.
Nossa primeira parada foi em um cemitério de trens muito velho e melancólico, um excelente cenário para fotógrafos. Alguns minutos depois, subimos no carro novamente e percorremos mais uma hora em direção ao deserto de sal. No meio do caminho percebemos que a cor da areia ia ficando para trás, e em seu lugar ia surgido o chão branco de sal. Tivemos que dar uma parada para que os motoristas dos dois grupos pudessem arrumar os veículos para poder atravessar pela água, pois com estávamos no verão, todo o Salar encontrava-se alagado em função das chuvas da época.
Tudo pronto, subimos no jipe para prosseguir. E não há palavras para descrever o que vimos em seguida! De todo o roteiro, o lugar que eu criara maiores expectativas era o deserto de sal, cheguei até a sonhar com ele algumas vezes, mas nem no sonho eu cheguei perto de imagens tão oníricas.
Não há nada no horizonte, é um universo de nuvens sem fim ou começo, era como andar num mundo diferente do nosso... e tudo isso misturada à sensação extraordinária em estar percorrendo terras tão isoladas e perigosas. No carro, todos permaneceram em silêncio, enquanto o motorista, entediado, ouvia sua música.
Finalmente avistamos no horizonte o tão famoso hotel de sal, a única ilha naquele lugar. Toda sua construção foi feita com tijolos de sal, dando-lhe um aspecto rústico e exótico. Por 10 bolivianos (caro!) compramos cada um uma cerveja e pudemos conhecer o pequeno museu de artesanatos e esculturas de sal. Após meia hora de fotos e contemplação, partimos de lá com o coração apertado. Um único dia é muito pouco para aproveitar o lugar. A única vantagem é que, após três dias viajando em condições precárias e completamente cheios de areia, por fim pudemos fazer uma refeição decente.
Após comermos, o motorista nos deixou na cidade de Uyuni, onde terminamos a viajem. Eu e o Afonso conseguimos um bom hotel junto de todo o nosso grupo, com cama limpa e chuveiro quente. Depois de instalados e banhados, saímos com o casal de chilenos para procurarmos passagem de ônibus para La Paz. Foi quando eu e o Afonso percebemos o quanto estávamos ferrados: como era época de carnaval, tudo na cidade estava fechado! Casa de câmbio, Lan House, e não havia ônibus direto para La Paz! E precisávamos chegar à capital para pegarmos nosso avião em dois dias!
Por sorte uma agência nos vendeu dois boletos separadamente: um para Potosí, cidade próxima a La Paz, e outro de Pososí para La Paz. Pareceu razoável na hora, mas só percebemos a bobagem que fizemos no dia seguinte.
Terminamos o dia numa pizzaria com o casal de chilenos (Pauline e Juan) conversando muito e bebendo cervejas. Depois de mais uma hora jogando cartas com eles no hotel, finalmente capotamos. No dia seguinte viajaríamos para La Paz.








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